Adequação da dieta e controle do peso ajudam a prevenir crises de gota

Em uma entrevista ao jornal paulistano Nosso Bairro, publicada na semana passada, o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), Geraldo Castelar, falou sobre a gota, um tipo de artrite bastante comum, sobretudo entre homens de 35 a 55 anos, mas pouco abordado pelos veículos de comunicação. A doença, segundo o reumatologista, decorre da elevação do ácido úrico no sangue, que provoca a deposição de cristais nas articulações, causando inflamação e dor. As regiões mais afetadas são as extremidades do corpo, especialmente o dedão do pé. Castelar explica que a gota é diagnosticada por uma boa avaliação clínica, com o apoio de exames como a radiografia e a dosagem de ácido úrico no sangue, mas não tem cura. “O tratamento visa a reduzir os sintomas e, sobretudo, a prevenir novas ocorrências e lesões”, assinala. Aí entra a participação essencial do paciente, que, para evitar novos episódios de dor e inflamação, deve controlar o peso, praticar atividade física com orientação e evitar a ingestão de bebidas alcoólicas e alimentos ricos em purinas, a exemplo de frutos do mar, carnes vermelhas e enlatados. “É importante também beber bastante água, pois esse hábito faz elevar o volume urinário e, consequentemente, a excreção do ácido úrico em excesso na circulação”, adiciona Castelar. Contudo, o presidente da SBR esclarece que o consumo de alimentos com alto teor de frutose não ajuda a reduzir a concentração de ácido úrico no sangue, como diz o texto do jornal, mas também contribui para agravar o problema. Para ter uma ideia, um estudo apresentado na reunião anual do Colégio Americano de Reumatologia do ano passado mostrou que mesmo as mulheres, que são menos propensas à doença, têm maior risco de desenvolvê-la se ingerirem com frequência bebidas com muita frutose, como refrigerantes e suco de laranja. Fica registrada a correção.